No cenário da arquitetura e do design, áreas historicamente masculinas, as mulheres estão ganhando visibilidade, trazendo à tona a riqueza da identidade brasileira. A designer Carol Gay, a apresentadora Stephanie Ribeiro e a curadora de artesanato Luly Vianna defenderam a necessidade do empoderamento feminino e a valorização das raízes culturais do Brasil em conversa com a jornalista Vivian Sipriano. “Nós que temos visibilidade, precisamos trazer as mulheres para o campo e colocá-las em evidência. Elas estão criando, mas não estão sendo vistas”, disse Stephanie.
As designers destacaram como a diversidade cultural e material do país pode ser uma poderosa fonte de inspiração. “Nós vemos beleza onde a maioria não vê. Por meio do meu trabalho, até mesmo sem querer, apresento um novo olhar estético. Ele sai da padronização e da perfeição que não existe. Acho que esse é o ponto principal”, afirmou Luly.
As participantes falaram sobre urgência em dar destaque às mulheres no setor, honrando a origem cultural. Desse modo, reconhecer a sofisticação e a história que o design brasileiro pode oferecer. “Quando analisamos as classes sociais mais altas, há uma ideia de negar a própria história e o nosso trabalho. Design e arquitetura são profissões muito ligadas à elite, que tem uma concepção de copiar o que está sendo feito no exterior. A melhor estética é a importada”, explicou Stephanie.
Este movimento empobrece a identidade nacional, além de relegar o artesanato local e as técnicas sustentáveis a segundo plano. “Não devemos copiar esses estilos e sim criar o nosso próprio porque o Brasil é cheio de criatividade, matéria-prima, pessoas incríveis, artesãos, saberes e indústrias. É isso que busco valorizar: materiais que às vezes estamos tão cansados que não percebemos o valor que tem. É nosso. Está aqui na nossa terra”, analisou Carol.
Além disso, as profissionais destacaram a importância de olhar para a beleza nos detalhes do cotidiano, valorizando materiais e técnicas locais muitas vezes subestimados.
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