Com sede na capital do Brasil, o Bloco Arquitetos destaca-se não apenas pela longevidade, mas pela qualidade e impacto de seus trabalhos. O trio fundador, Daniel Mangabeira, Mateus Seco e Henrique Coutinho, assina projetos juntos há 25 anos. O escritório atua em várias localidades com portfólio que abrange principalmente projetos residenciais. “Brasília é muito conhecida pelas edificações do eixo monumental, mas a vida do dia a dia acontece fora dessa grandiosa avenida. A escala residencial com essas construções menores, apuro técnico e rapidez, é uma lição para nós, pois na criação da cidade não havia tempo para o supérfluo”, disse Daniel Mangabeira.
Essa herança reflete na produção do escritório, que busca fazer mais com menos, mantendo uma visão pragmática das necessidades e respeitando a história do lugar. Para o arquiteto, beneficiar a sociedade de algum modo é parte intrínseca da profissão. “Acredito que temos essa responsabilidade social. Em nosso fazer, desde a reforma de um apartamento até a intervenção em grande escala na cidade, é preciso ser responsável”, explicou Daniel.
O arquiteto destaca a importância de uma das iniciativas do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal (CAU-DF) para preservar e reconhecer edificações bem mantidas. “Nessa última década, vínhamos notando uma deformação da arquitetura moderna. Colocavam como se fosse modernização, mas ela estava sendo desfigurada, então lançamos o selo CAU-DF. É um instrumento para reconhecer construções bem conservadas e reformas que foram feitas sem desfigurar o projeto. Além disso, mantemos uma conta no Instagram chamada Brasília Moderna que é dedicada ao resgate e divulgação da arquitetura residencial não monumental da cidade, muitas vezes desconhecida pelos próprios moradores”, relatou o arquiteto.
O Bloco Arquitetos não se limita ao Brasil. Aprovou projetos nos Estados Unidos e em Portugal, porém, apesar dessas expansões, o escritório mantém uma forte conexão com profissionais do Paraguai, Uruguai, Chile, Argentina, Colômbia e Peru. “Os arquitetos latino-americanos são uma fonte de inspiração e temos uma aproximação muito grande com essa produção devido às limitações técnicas e financeiras. Essa referência é mais visível em nossos projetos do que a linha europeia”, finalizou Daniel.
A jornalista Vivian Sipriano conversou com Daniel durante a Semana Criativa de Tiradentes 2023. Quer saber mais sobre essa conversa? Ouça o episódio “A arquitetura de Brasília por Daniel Mangabeira”
